sábado, 20 de fevereiro de 2016

Eu eremita

verbo I

Busquei o mais poderoso totem de sustentação. Subir a escada de raízes segurar um cajado rústico. Interpretar arquétipos de sétimo chakra. Sou homem de argila crua que vive na ilha. Montanha, observo como coruja, o evoluir urbano análogo ao fungo que apropria-se do pão caseiro.

Da bíblia leio apenas Apocalipse e Gênesis. Teço uma ponte vibracional de conexão de ciclos. Salvador e seus baianos na cozinha típica brasileira. Bahia de todos os santos copular cordéis políticos com Santa Catarina. Verbalizando um universo agora sou deus. Absoluto escuro noturno e a água que me rodeia, esse líquido que me dá vida e sorte, oceânico descanso eterno de correntes repousantes. Envelheci e estou fumando, há pouco vi um ritual bruxólico, contudo, não saio e mesmo quando me visitam já não sei olhar nos olhos.

O meu corpo está caligrafando. Adolescência. Por favor. Um dia em que você profundamente sentir necessidade de proteção, agarre as minhas palavras desta oração, veja-as como a parede torácica dos nossos órgãos vitais. Conduzir um gestus de gratidão mór em qualidades de câncer. Um caranguejo castelhano da dança butoh. Irmandade bugre de resiliência e moral. Sofrimento do cardume puxado por esta tarrafa artesanal. Sociedade. O sol é a verdade bruta. Debato sobre a areia. Ver de relance um reflexo no olho da imagem de Iemanjá, adentrar a luz. Planificar.

Escrever temáticas esotéricas e simbológicas dentre uma estrutura performática literária verbal. Ação titular divina, a concepção materna e paterna, o criador, a artista, criação. Eu escultura biocósmica holística autossustentável. Afago a ansiedade com repousos criacionais. Literalmente dar nome aos filhos. Inscrição de pedra. Circunscrição egípcia.

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Inspirado na poética do artista Franklin Cascaes

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